Saturday, 27 October 2012

Oliver Bonas - Dica de loja!

Quem me conhece sabe que eu não sou muito consumista e não presto muita atenção nessa história de lojas ou marcas. Entretanto, aqui na Inglaterra tem uma lojinha chamada Oliver Bonas que acaba comigo e minhas economias!
Não entendo de moda mas não poderia deixar de apresentar essa loja aos que ainda não conhecem!

Ela so existe aqui na Inglaterra, aqui em Londres tem várias filiais dela. As lojas geralmente são pequenininhas e eles vendem todo tipo de coisa! Se alguém me descrevesse uma loja desse estilo, eu ia pensar: "isso não deve prestar! Uma loja que vende roupa, joia, livro, mobília e artigos de decoração tudo no mesmo cantinho apertadinho?". Pois ela presta demais!

Então, esse post é pequenininho mesmo, só uma dica de loja. O site deles é www.oliverbonas.com e vale a pena dar uma olhada e babar com as coisinhas dele.
Os vestidos são fofos, com estampas diferentes, as bijuterias super delicadas e inusitadas, os livros super interessantes e as coisas de casa são de maltratar o coração da gente. Agora vem a melhor parte: os preços são super acessíveis. 

Minha última compra. Conjunto de maletinhas. Lindas, né?

Esse vestidinho com estampa de margarida está na minha "wishlist"!
E esse cordão? Um mimo, né?
Puxador de gavetas. Cada um mais lindo!
Livro maravilhoso cheio de curiosidades sobre Londres. Comprei e recomendo aos amantes de Londres.


Sunday, 30 September 2012

Borough Market

Depois de 7 anos em Londres, finalmente conheci o Borough Market. Quando cheguei lá a primeira coisa que eu pensei foi: "Eu não acredito que eu passei 7 anos perdendo isso!"

Uma das entradas do mercado
Borough Market é um mercado de comida, pertinho da estação de London Bridge. É tradicionalmente conhecido por vender frutas e verduras mas hoje em dia encontra-se de um tudo por lá. O lugar é sensacional, um mercado imenso, variado, com banquinhas com produtos de vários países diferentes, gente de toda parte do mundo e muita cor! É um festival de cores.

Essa banca vende uma limonada deliciosa!

Olha so as cores desses cogumelos!

tipos diferentes de tomates.
O mercado vende no atacado durante a semana e no varejo às quintas, sextas e sábados. Aos sábados muita gente vai pra lá pra tomar café da manhã, dada a variedade e qualidade da comida servida lá.

É também conhecido por vender comidas exóticas e uma das banquinhas mais populares é a que vende hamburger de canguru, camelo e antílope. Na banca que vende frutos do mar achei até uma cabeça de tubarão!
Vai um hamburger de canguru?

Isso foi o mais próximo que eu já cheguei de um tubarão!
Outra das mais populares é a banca que vende sucos de "wheatgrass" (parte da planta do trigo). Os vendedores prometem que tomar um copo pequenininho (como aqueles de dose) faz milagres, inclusive curar ressaca. Nada mais apropriado para o sábado de manhã. 

Wheatgrass e suas vantagens
Outra vantagem é que a maioria das bancas oferecem amostras. Você pode experimentar o azeite, o cookie, o queijo, o brownie, o vinho, enfim, tudo, pra ajudar o consumidor a fazer a compra certa.
Muita gente vai lá pra fazer a feira, outras vão só pra olhar e comer algo por lá mesmo. Dizem que Vivienne Westwood, a rainha do punk, ainda hoje faz suas compras lá.

O único ponto negativo é que não existe muito espaço pra sentar, a maioria das pessoas se acomoda na grama ou no chão da Catedral de Southwark, que fica logo ao lado. Mas até isso tem o seu charme já que você acaba sendo obrigado a socializar.



Pra quem estiver em Londres às quintas, sextas ou sábados esse é o local para um café da manhã variado e inusitado. Recomendo a visita! 

Monday, 24 September 2012

Pub Ye Olde Cheshire Cheese


Localizado numa ruela saindo da Fleet Street, o Ye Old Chesire Cheese é um dos pubs mais antigos de Londres. Dizem que existe um pub nesse local desde 1538. O pub original foi destruído durante o grande incêndio de Londres e o atual foi reconstruído em 1667, um ano após o trágico incêndio. Ainda hoje fico boba de frequentar lugares que existiam e funcionavam pouco depois do "descobrimento" do Brasil.

Entrada do pub. Ao fundo: Fleet Street


O maior charme desse pub é um ar melancólico e sombrio que quase remete os visitantes aos seculos passados. A iluminação natural é restrita, os corredores sao estreitos e o cheiro de madeira predomina. Vendo de fora dá pra achar que o local é pequeno mas quando entramos vemos que o pub é dividido em vários andares.

Entrada do pub


Reza a lenda que Charles Dickens era cliente e que ele criou muitos dos seus personagens sombrios aqui. Outro cliente famoso foi Dr Samuel Johnson, autor do primeiro dicionário inglês e da famosa citação:

"Why, Sir, you find no man, at all intellectual, who is willing to leave London. No, Sir, when a man is tired of London, he is tired of life, for there is in London all that life can afford."

(Porque, senhor, não encontrará um homem, de todo intelectual, que está disposto a deixar Londres. Não, Senhor, quando um homem está cansado de Londres, ele está cansado da vida, pois em Londres há tudo que a vida pode proporcionar.)

Uma placa na entrada lista todos os monarcas desde a inauguração do pub

O pub tem grande apelo turístico mas também é muito frequentado pelos Londrinos que trabalham na área.
Interior


Ye Olde Cheshire Cheese

145 Fleet Street  London EC4A 2BU, Reino Unido

Wednesday, 12 September 2012

Depressão Pós-olímpica

Uma das primeiras lembranças que tenho quando criança é a final do vôlei masculino nas Olimpiadas de Barcelona 92. Naquela época não tínhamos tradição nenhuma e quando fomos campeões, derrotando a Holanda, lembro como se fosse hoje do meu pai, um APAIXONADO por voleibol, chorando, emocionado com a grande feito dos "meninos de ouro". Acho que a minha fascinação pelos jogos olímpicos vem daí. Pra mim, os jogos celebram o que há de melhor no ser humano: o companheirismo, disciplina, o "fair play", a dedicação e luta para alcançar um objetivo. Qualidades cada vez mais escassas em épocas de culto à BBBs, celebridades e afins.

No ano que cheguei aqui, em 2005, foi anunciado que Londres seria a sede dos jogos de 2012. Foram 7 anos de preparação desde o anuncio até o início dos jogos. Todos diziam que a cidade não estava pronta, não tinha estrutura, não estava preparada para o fluxo extra de visitantes, o transporte ia ser caótico, ingressos caros e escassos, insegurança, enfim, nada ia dar certo. E assim, contrariando todas as previsões deu tudo certo.

As arenas foram construídas dentro do prazo e abaixo do orçamento, o transporte deu conta do recado, os ingressos (pra quem se programou com antecedência) eram muitos, para todos os bolsos e as forças armadas fizeram a segurança. 

Arena do hipismo em Greenwich - a mais bonita.

Mas as grandes estrelas dessas olimpíadas foram os voluntários, ou "games-makers"como eles chamam. Foram 70 mil, selecionados entre 240 mil candidatos. Sempre com sorriso no rosto e disposição para ajudar, eles foram a melhor surpresa dos jogos. 

A cidade estava em festa, não se falava de outro assunto nos trabalhos, no metrô. O povo patriota exibindo suas bandeiras, orgulhosos de serem britânicos. Parecia até Brasil em ano de Copa do Mundo. Foi realmente um privilégio ter curtido esses dias aqui.




Ontem a festa foi encerrada oficialmente, com o desfile dos atletas. Até o sol saiu para se despedir dos mais novos heróis, que cumpriram com maestria a logo desses jogos: "inspire uma geração".

Jessica Ennis - a mais nova namoradinha da nação

Hoje o dia já amanheceu mais frio, as notícias de violência e celebridades voltaram a popular os jornais. É vida que segue. Estamos todos entregues à depressão pós-olímpica! Que venha Rio 2016!


Monday, 27 August 2012

Família real - Custo pro contribuinte

Post atualizado para refletir os valores de 2013.

No ano de 2013 o custo da família real foi de £35,7 milhões, sem contar os custos com a segurança deles. Esse valor dá um total de 56p (56 centavos) no ano para o contribuinte. Eu, particularmente, acho  baratíssimo e por mim, deixaria de "miséria" e arredondaria logo pra £1. Não sou monarquista mas no caso da Inglesa eu acho que eles trazem muito mais do que tiram do país. É, sem dúvidas, a monarquia mais famosa do mundo e acredito que boa parte dos turistas que vem à Londres querem visitar o palácio que a rainha mora, a igreja onde a Diana casou, a abadia onde o William casou e por aí vai. Se não fossem por eles, essas mesmas atracões não teriam o mesmo apelo turístico. 

Há muitos que pensam o contrário e acham que ter uma família real é uma coisa do passado e não querem ficar sustentando uma família que não faz "nada".

Visita à Irlanda

Já eu acho que eles fazem sim, e muito. A Rainha Elizabeth se compromete a atender uma média de 430 compromissos num ano. Nesses números estão incluídas: inaugurações, visitas à organizações e caridades, discursos, conhecer pessoas, receber chefes de Estado, etc. 

Todos os dias pela manhã ela recebe cerca de 200-300 emails do público. Ela seleciona alguns e avisa à sua staff como ela gostaria que eles fossem respondidos. Quase todas as cartas sāo respondidas. Depois, ela tem uma reunião com seu secretário particular que traz uma cota diárias de documentos oficiais, trazidos dentro da famosa "red box". 

Pasta que é levada diariamente à Rainha Elizabeth.

Todos são lidos e se necessário aprovados e assinados. Todas as quartas, às 18:30, ela tem uma reunião semanal com o primeiro ministro. As reuniões sāo confidenciais, nada é gravado e os dois ficam à sós na sala. E todos os dias, as 19:30 ela recebe o relatório do parlamento que é lido na mesma noite. Isso sem contar com recepções, jantares, visitas de presidentes, chefes de estado, etc.

Quando viajam, ela e o Principe Philip as vezes visitam eventos diferentes para garantir que o maior número de estabelecimentos e pessoas serão visitados. Só nesse último ano eles visitaram toda a Grã-Bretanha, a Irlanda, Jamaica e até a Australia.
Isso tudo para uma senhora de 86 e um senhor de 91 anos.
E aí, vale os 52p?



Em visita à Austrália



Thursday, 23 August 2012

Londres e a pressa no metrô

São mais de 8 milhões de habitantes e eles têm pressa. O transporte público é eficiente, rápido e confiável mas mesmo assim os Londrinos reclamam, fazem cara feia, não querem que absolutamente nada atrapalhe as suas jornadas.

Já nas escadas rolantes das estações nota-se. O lado esquerdo é pra quem tem pressa e vai andar na escada. O lado direito é reservado pra quem vai ficar parado, esperando o tempo normal da escada. Nem ouse ficar parado do lado esquerdo! É quase um crime. E inafiançável!! (Exagerando, claro.)

Nas escadas rolantes deixe sempre o lado esquerdo livre para quem tem pressa.


Chegando à plataforma os mais "manjados" já se posicionam exatamente nos locais onde as portas vão abrir. Assim não desperdiçam um só segundo e tem mais chances de entrar no trem. Se o trem chega lotado eles tentam de qualquer forma se enfiar nele. Eles batem na janela, pedem para os passageiros  afastaram e usarem todo o espaço do trem, forçam a entrada até mesmo quando a porta já está fechando arriscando até um acidente. Fazem isso tudo mesmo sabendo que o próximo virá em 2 minutos.

Estação de Bethnal Green - rush hour


Uma vez dentro do trem, por mais lotado que esteja, fica "cada um no seu quadrado", ouvindo seu mp3 player, lendo um livro ou o jornal. Dificilmente alguém vai encostar em você a não ser que o trem pare inesperadamente. É uma arte que os Londrinos dominam como ninguém. 

Cada um na sua, com a leitura de sua preferência. 


Tuesday, 21 August 2012

London Bridge e por que os ingleses se mantém à esquerda

London Bridge (Ponte de Londres) é onde Londres começou. A primeira ponte foi construída em 52 d.C. pelo exército Romano, do imperador Claudius, perto do local onde a atual ponte se encontra. No ano 80 d.C uma ponte mais permanente, de madeira, foi construída mas acabou sendo deixada de lado e substituída por ferrys. 

A primeira ponte de pedra começou a ser construída durante o reinado de Henrique II e levou 33 anos para ser terminada. Então, foi decretado que casas e lojas deveriam ser construídas na ponte, onde seria cobrado aluguel para pagar a manutenção da ponte. 

Antiga London Bridge


Como a ponte era um pouco estreita, as vias logo começaram a ficar congestionadas. Em 1722 o prefeito de Londres decidiu que o tráfego deveria ser mantido à esquerda para organizar o trânsito. Foi a primeira vez que essa regra virou obrigatória na Gra-Bretanha. 



O motivo pelo qual o prefeito escolheu o lado esquerdo, vem de tempos ainda mais remotos. No passado quase todos preferiam andar pelo lado esquerdo da rua porque era a opção mais racional em sociedades violentas. Como a maioria das pessoas eram destras, ao andar pelo lado esquerdo elas deixavam o lado direito mais perto de um possível oponente, pronto para o combate e a bainha da espada mais afastada dele. Isso também reduzia as chances da bainha atingir outras pessoas

O costume do resto do continente de dirigir ao lado direito da pista vem de Napoleão Bonaparte, que era canhoto. Foi ele que estabeleceu o primeiro sistema de trânsito na maioria dos países europeus, usado até hoje. 

Por volta de 1960 a antiga ponte ja não comportava o transito moderno e o governo decidiu colocá-la à venda. Robert McCulloch, original do Arizona, EUA, ofereceu $2,400,000 por ela. Dizem que o comprador achava que estava comprando a Tower Bridge (Torre de Londres), bem mais imponente e bonita. Isso não sabemos dizer se é verdade ou mito. O fato é que a ponte foi desmontada, pedaço por pedaço e transportada para o Arizona onde foi colocada novamente no Lago Havasu City, no rio Colorado. A ponte de Londres foi a maior antiguidade já vendida, de acordo com o livro Guinness. 

A atual ponte de Londres foi inaugurada em 1973 e é feita de concreto. O asfalto dela é aquecido durante o inverno para evitar o congelamento.

Atual London Bridge